terça-feira, 20 de setembro de 2011

Voto contra o pedido de Mahmoud Abbas na ONU



Pelo simples motivo de que o território Palestino compreende a totalidade do território e não apenas os limites demarcados pela guerra dos seis dias (1967).

Ao concordar com os limites de 1967, Mahmoud Abbas estará admitindo a partilha, a permanecia de Israel na região, conferindo o direito do Estado sionista de governar e de subtrair direitos palestinos legítimos, além de estar possibilitando os planos de expansão sionista, e principalmente ignorando a morte de milhares de palestinos, egípcios, jordanianos, sírios, entre outros, por ocasião das guerras que ocorreram desde 1947, que submeteram ao estado de refúgio milhares de palestinos desde então.

Obviamente que ninguém gosta de viver em guerra, no entanto, o povo palestino que já está calejando de tantas guerras e conflitos, não está de acordo com o pedido de Mahmoud Abbas. A população, na verdade, em sua maioria, está totalmente dividida entre aqueles que não concordam e aqueles que não têm ainda uma opinião formada sobre o assunto.

O reconhecimento do Estado Palestino, como está sendo solicitado essa semana, não irá garantir a paz na região. Caso isso venha a ocorrer, o que se conseguirá será apenas uma bandeira palestina hasteada na ONU, conforme mencionou o líder do Hamas essa semana. Na prática o bloqueio continuará e a humilhação também. Ter que admitir a existência do Estado israelense e ainda ter que dividir o território será para sempre motivo de derrota e humilhação, caso o Estado Palestino de acordo com as fronteiras de 67 seja reconhecido.

Por mais que Israel venha se mostrando descontente e contrariado com a iniciativa de Mahmoud Abbas, ao levar o pedido do reconhecimento à ONU, o Estado sionista deve considerar a sempre e fiel ajuda dos Estados Unidos, que de bobo não tem nada. E claro que o Estado sionista sabe bem disso, afinal de contas, Israel somente veio a existir em função das estratégias dos governos francês e britânico e atualmente pela ajuda e parceria do imperialista norte-americano.

Assim, eu voto NÃO ao reconhecimento do Estado Palestino nos limites de 1967 e SIM ao reconhecimento do Estado Palestino nos limites de 1947. 


Hoje e sempre: “Não à existência do Estado sionista israelense e sim à auto-determinação, justiça e liberdade Palestina”.

---------------------------------------------------------------------------------------------

Um comentário:

  1. Ovidio disse:
    Quem está a favor do pedido? primeiramente a comunidade internacional, que inocentemente imagina que isso fará com que Israel se retire da Cisjordânia, democratize o abastecimento dos recursos hídricos, suspenda o bloqueio a Gaza e aceite que Jerusalém Oriental seja a capital do novo país Palestino. Quem mais? a maioria da população da Cisjordânia que acha que a vida vai melhorar para eles com a eliminação dos checkpoints, aquecimento da economia, mais empregos, etc. Evidentemente estão apenas preocupados com sua sardinha, esquecendo-se dos milhões de palestinos refugiados(a grande maioria), que perderão o direito internacional assegurado pela resolução 194 da ONU que lhes assegurou que poderiam voltar para suas terras onde é hoje Israel. No máximo poderão voltar para Gaza ou Cisjordânia. Em Gaza o povo está dividido: vários bloguistas vêm se manifestando contrários ao pedido por não se sentirem representados pela Autoridade Palestina, que eles percebem como sendo um órgão comprometido com os interêsses próprios e aliado do Ocidente. E porque Israel tambem é contra? porque eles são persistentes e não desistem do projeto concebido ainda no tempo de Theodor Herlz de criar o Grande Israel, que abranjeria a região que vai do Mediterrâneo ao Golfo Pérsico. Eles querem continuar infernizando e dividindo o povo palestino até à exaustão, dando prosseguimento à limpeza étnica iniciada em 1947. Eles querem a Palestina Histórica toda para eles. Em parte já conseguiram isso, na medida em que os palestinos já não têm mais uma unidade de pensamento. O palestino da Cisjordania tem interesses diferentes daquele de Gaza, que por sua vez é diferente do palestino israelense que é diferente do palestino refugiado que vive no exterior (Jordania, Siria, Libano, etc.).
    Nesse cenário, o papel do Obama é simplesmente de apoio cego a Israel, não por solidariedade mas para não perder as eleições. Afinal, sem o AIPAC, ADL, etc. ninguem ganha eleição nos EUA. Mas há pontos positivos para os palestinos: as posições intransigentes dos EUA e de Israel estão cada vez mais isolando-os no cenário internacional, com prejuizos evidentes para os dois, talvez até mais para os EUA, que sustenta várias guerras em países árabes e vem enfrentando resistencias cada vez maiores naqueles locais. Quanto a Israel, no fundo, no fundo eles sabem que um dia a solução 1-Estado vai prevalecer. Mas os intransigentes Bibi's da vida não estarão mais aqui para pagarem por seus crimes.

    Ovidio
    ovidioo@gmail.com

    ResponderExcluir

Olá leitor!
Comentários são sempre muito bem-vindos.
Obrigada por interagir.
Daniele El Seoudi.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...