sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Acharam a 'segurança'?

Completados 21 dias hoje, Israel já conseguiu assassinar mais de 1.000 (mil) palestinos. Tudo isso em nome da 'segurança' supostamente ameaçada. É realmente triste! Todos os dias ouço na TV o jornal dizendo: "Israel INTENSIFICA' os ataques na Faixa de Gaza!" Como assim? Ainda é possível intensificar? Creio que não! Os alvos são TODOS, sem distinção! Casas, mesquitas, HOSPITAIS, AMBULÂNCIAS!!! E assim segue o exército israelense garantindo a sua 'segurança'.
Tenho a dizer que o mundo perde! Eu perco, você perde! Uma parcela de dignidade, de liberdade, de honra, de orgulho, de fraternidade!
Não acho bonito sermos solidários apenas na Copa ou nas Olimpíadas, quando o mundo sorri e se abraça. O verdadeiro cidadão do mundo é aquele que tem como sua pátria cada pedacinho deste planeta e tem como irmãos todos aqueles que compartilham do mesmo sol, da mesma lua, do ar e tem por Deus o único criador de todas as coisas!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O engraxate

Um belo dia, meu marido Amr estava engraxando os sapatos na rua com um senhor muito espirituoso. Enquanto este senhor engraxava dava seu ponto de vista sobre a guerra em Gaza.
Protestante convicto dizia: "Irmão, Deus disse que isso ia acontecer. Está na bíblia"
Amr pergunta: "O senhor acha que Israel tem direito de fazer o que está fazendo? Matando crianças, mulheres, pessoas?
O engraxate respondeu: "Deus permitiu irmão, está na bíblia." Citou uma passagem da bíblia que não me lembro e completou dizendo: "Naquela terra não haverá paz! Mesmo que haja apenas um único judeu contra um exército de palestinos, mesmo assim Deus irá dar a vitória!"
Obviamente que meu marido não manifestou seu pensamento sobre o assunto. Estava apenas avaliando o conhecimento do distinto trabalhador. Finalmente o desfecho da história.
Meu marido pergunta: " O que o senhor pensa sobre os árabes?"
Engraxate: "Ahhh aquele povo né irmão, são "JUDEUS" não acreditam em Deus. Eles acreditam é em Allah!"


terça-feira, 13 de janeiro de 2009

SE O HAMAS NÃO EXISTISSE

Achei muito interessante essa matéria publicado no site: http://www.novae.inf.br/
Se o Hamas não existisse
por Jennifer Loewenstein

Deixemos uma coisa perfeitamente clara. Se a degradação e a mutilação por atacado da Faixa de Gaza for continuar; se a vontade de Israel é uma com a dos Estados Unidos; se a União Européia, a Rússia, as Nações Unidas e todas as organizações e agências legais internacionais espalhadas pelo globo vão continuar sentadas como manequins ocos sem fazer nada a não ser os repetidos "chamados" por um "cessar-fogo" de "ambos os lados"; se os covardes, obsequiosos e supinos Estados Árabes vão continuar de braços cruzados vendo seus irmãos serem trucidados de hora em hora enquanto a Super-Potência valentona do mundo olha-os ameaçadoramente de Washington, no caso de que digam qualquer coisinha que a desgoste; então vamos pelo menos dizer a verdade sobre por que está tendo lugar este inferno na terra.

O terror de estado disparado neste momento dos céus e do chão contra a Faixa de Gaza não tem nada a ver com o Hamas. Não tem nada a ver com o "Terror". Não tem nada a ver com a "segurança" a longo prazo do Estado Judeu ou com o Hezbolá, a Síria ou o Irã, exceto na medida em que agrava as condições que levaram até a crise de hoje. Não tem nada a ver com alguma conjurada "guerra" — um eufemismo cínico e gasto que não representa mais que a escravização por atacado de qualquer nação que ouse reclamar seus direitos soberanos; que ouse afirmar que seus recursos são seus; que não queira uma das obscenas bases militares do Império assentada em suas queridas terras.

Esta crise não tem nada a ver com liberdade, democracia, justiça ou paz. Não é sobre Mahmoud Zahhar ou Khalid Mash'al ou Ismail Haniyeh. Não é sobre Hassan Nasrallah ou Mahmoud Ahmadinejad. Eles são todos peças circunstanciais que ganharam um papel na tempestade atual só agora, depois de que se permitiu por 61 anos que a situação se desenvolvesse até a catástrofe que é hoje. O fator islamista coloriu e continuará a colorir a atmosfera da crise; ele alistou líderes atuais e mobilizou amplos setores da população do mundo. Os símbolos fundamentais hoje são islâmicos – as mesquitas, o Alcorão, as referências ao profeta Maomé ou à Jihad. Mas esses símbolos poderiam desaparecer e o impasse continuaria. PJ-2.jpg

Houve uma época em que o Fatah e a FPLP eram a bola da vez, quando poucos palestinos queriam ter qualquer coisa que ver com políticas ou medidas islamistas. Esta política não tem nada a ver com foguetes primitivos sendo lançados do outro lado da fronteira ou com túneis de contrabando ou com o mercado negro de armas, assim como o Fatah de Arafat tinha pouco que ver com as pedras e os atentados suicidas a bomba. As associações são contingentes; criações de um dado ambiente político. Elas são o resultado de algo completamente diferente do que os políticos mentirosos e seus analistas estão lhe dizendo. Elas se tornaram parte da paisagem dos acontecimentos humanos no Oriente Médio de hoje; mas incidências tão letais, ou tão recalcitrantes, mortais, enraivecidas ou incorrigíveis poderiam muito bem ter estado em seus lugares.

Descasque os clichês e o blá-blá-blá estridente e vazio da mídia servil e de seu patético corpo de servidores voluntários no mundo ocidental e o que você encontrará é o desejo nu de hegemonia, de poder sobre os fracos e de domínio sobre a riqueza do mundo. Pior ainda, você encontrará o egocentrismo, o ódio e a indiferença, o racismo e a intimidação, o egoísmo e o hedonismo que tentamos tanto mascarar com nosso jargão sofisticado, nossas teorias e modelos acadêmicos refinados, que na verdade ajudam a guiar nossos desejos mais feios e baixos. A insensibilidade com que nos rendemos a eles já é endêmica à nossa cultura; nela floresce como moscas sobre um cadáver.

Descasque os atuais símbolos e linguagem das vítimas dos nossos caprichos egoístas e devastadores e você encontrará os gritos desafetados, simples e cheios de paixão dos pisoteados; dos "condenados da terra" implorando para que você cesse sua agressão fria contra suas crianças e seus lares; suas famílias e seus vilarejos; implorando que os deixe em paz para que tenham seu peixe e seu pão, suas laranjas, suas olivas e seu tomilho; pedindo primeiro educadamente e depois com crescente descrença no porquê de você não poder deixá-los viver sem serem incomodados nas terras de seus ancestrais, sem serem explorados, livres do medo de serem expulsos, violados ou devastados; livres dos carimbos e dos bloqueios de estrada e dos postos policiais de controle e cruzamentos; dos monstruosos muros de concreto, torres de guarda, bunkers de concreto e arame farpado; dos tanques, das prisões, da tortura e da morte. Por que é impossível a vida sem essas políticas e instrumentos do inferno?

A resposta é: porque Israel não tem qualquer intenção de permitir um estado palestino viável e soberano ao lado de suas fronteiras. Não tinha qualquer intenção de permiti-lo em 1948, quando arrancou 24% mais terra do que havia sido legal, ainda que injustamente, alocado pela Resolução 181 das Nações Unidas. Não tinha qualquer intenção de permiti-lo ao longo dos massacres e complôs dos anos 1950. Não tinha qualquer intenção de permitir dois estados quando conquistou os 22% que restavam da Palestina histórica em 1967 e reinterpretou a Resolução 248 do Conselho de Segurança da ONU a seu bel prazer, apesar do esmagador consenso internacional que estabelecia que Israel receberia completo reconhecimento internacional dentro de fronteiras reconhecidas e seguras se recuasse das terras que havia recentemente ocupado.

Não tinha qualquer intenção de reconhecer direitos nacionais palestinos nas Nações Unidas em 1974, quando – sozinho com os Estados Unidos – votou contra uma solução biestatal. Não tinha qualquer intenção de permitir um acordo de paz completo quando o Egito estava pronto para realizar, mas só recebeu, e obedientemente aceitou, uma paz separada que excluía os direitos dos palestinos e dos outros povos da região. Não tinha nenhuma intenção de trabalhar na direção de uma solução biestatal justa em 1978 ou em 1982, quando invadiu, bombardeou, esmigalhou e demoliu Beirute para que pudesse anexar a Cisjordânia sem ser incomodado. Não tinha qualquer intenção de admitir um estado palestino em 1987, quando a primeira Intifada se espalhou pela Palestina Ocupada, na Diáspora e nos espíritos dos despossuídos do mundo, ou quando Israel deliberadamente auxiliou o nascente movimento Hamas, como forma de implodir a força das facções mais seculares-nacionalistas.

Israel não tinha qualquer intenção de admitir um estado palestino em Madrid ou em Oslo, quando a OLP foi superada pela trêmula e titubeante Autoridade Palestina, muitos de cujos chapas perceberam a riqueza e o prestígio que ela lhes dava, às custas dos seus. Enquanto Israel alardeava nos microfones e satélites do mundo o seu desejo de paz e de uma solução biestatal, ele mais que duplicava os assentamentos colonizadores judeus, ilegais, nas terras da Cisjordânia e em volta de Jerusalém Oriental, anexando-as na medida em que construía e continua a construir uma superestrutura de estradas e autopistas sobre as cidades e vilarejos sobreviventes, picotados da Palestina. Anexou o Vale do Jordão, a fronteira internacional da Jordânia, expulsando quaisquer dos "nativos" que habitassem a terra. Fala com uma língua de víbora sobre os múltiplos amputados da Palestina, cujas cabeças serão logo arrancadas do corpo em nome da justiça, da paz e da segurança. PJ-4.jpg

Através das demolições de casas, dos ataques à sociedade civil que tentavam lançar a cultura e a história palestinas num abismo de esquecimento; através da indizível destruição dos cercos aos campos de refugiados e dos bombardeios à infraestrutura na Segunda Intifada, através dos assassinatos e das execuções sumárias, pela grandiosa farsa do desengajamento até a nulificação das eleições livres, democráticas e justas da Palestina, Israel já nos fez saber qual é a sua visão, uma e outra vez, na linguagem mais forte possível, a línguagem do poder militar, das ameaças, das intimidações, do acosso, da difamação e da degradação.

Israel, com o apoio aprovador e incondicional dos Estados Unidos, já deixou dramaticamente claro ao mundo todo, várias vezes, repetindo em ação atrás de ação que não aceitará um estado palestino viável ao lado de suas fronteiras. O que mais é preciso para que escutemos? O que será necessário para terminar com o silêncio criminoso da "comunidade internacional"? O que será preciso para ver mais além das mentiras e da doutrinação acerca do que tem lugar diante de nós, dia após dia, claramente, no raio de visão dos olhos do mundo? Quanto mais horrorosas as ações no terreno, mais insistentes são as palavras de paz. Ouvir e assistir sem escutar nem ver permite que a indiferença, a ignorância e a cumplicidade continuem e aprofundem, a cada túmulo, a nossa vergonha coletiva.

A destruição de Gaza não tem nada a ver com o Hamas. Israel não aceitará qualquer autoridade nos territórios palestinos que ele, em última instância, não controle. Qualquer indivíduo, líder, facção ou movimento que não aceda às exigências de Israel ou que busque genuína soberania e igualdade de todas as nações da região; qualquer governo ou movimento popular que exija a aplicabilidade da lei humanitária internacional e a declaração universal dos direitos humanos para seu próprio povo será inaceitável para o Estado Judeu. Aqueles que sonham com um estado devem ser forçados a perguntarem-se: o que Israel fará com uma população de 4 milhões de palestinos dentro de suas fronteiras, quando comete crimes diários, se não a cada hora, contra a humanidade coletiva deles enquanto eles vivem ao lado de suas fronteiras? O que fará mudar de repente a razão de ser, o autoproclamado objetivo e razão de existência de Israel se os territórios palestinos forem anexados a ele totalmente?

O sangue de vida do Movimento Nacional Palestino jorra hoje pelas ruas de Gaza. Cada gota que cai rega a terra da vingança, do ressentimento e do ódio não só na Palestina, mas em todo o Oriente Médio e em boa parte do mundo. Nós temos uma escolha sobre se isso deverá continuar ou não. Agora é a hora de escolher.

Jennifer Loewenstein é Diretora Associada do Centro de Estudos do Oriente Médio de uma das principais universidades públicas norte-americanas, a de Wisconsin em Madison. Ela trabalhou durante meses, em 2002, no Centro Al Mezan de Direitos Humanos, em Gaza. Retornou a Gaza várias vezes desde então.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

PALESTINA E ISRAEL: NÃO APENAS CONFLITOS, AGORA GUERRA

Como todos sabem, estamos em meio a uma guerra entre Israel e a Palestina. Uma guerra absurdamente injusta e desapropriada.

Os motivos? Para o primeiro Ministro de Israel Ehud Olmert a guerra se fez necessária para garantir a ‘segurança’ do povo de Israel. Afirma o Ministro que Israel vem recebendo ameaças e ataques do Hamas através de mísseis disparados da faixa de Gaza. Os motivos que levaram o Hamas a disparar os tais mísseis são os mesmos relatados neste blog. O histórico permanece. A injustiça e indignação também.

Infelizmente temos muito material para postar sobre a guerra. Vou tentar fazer moderadamente. Temos muitas imagens chocantes e tristes. Inclusive aqueles que a TV Globo não quer mostrar. A propósito, ontem (04/01/2009), o fantástico apresentou uma reportagem completamente ‘imbecil’ (me perdoem pela expressão). Foram mostrados, segundo o jornal, as versões de duas pessoas, brasileiras residentes nas áreas de conflito. De um lado, um rapaz, brasileiro e israelense, residente em Israel e de outro lado, uma moça, brasileira e palestina residente em Gaza. A moça usava uma ‘burca’. Começou por ai: Cerca de 99% das muçulmanas palestinas não usam burca e sim o hijab (véu). Depois perguntaram pra moça se ela não queria voltar para o Brasil. Ela dizia que não porque a recompensa em estar na região e morrer na guerra era maior do que se ela estive no Brasil e não estivesse sofrendo.

“Como se Deus se agradasse dessa atitude! Francamente! Essa declaração não pode representar a vontade do todo. A grande maioria quer sair do conflito, quer proteger sua família, quer viver! Mas como sempre, a Globo precisa passar a imagem de que “todo o árabe é terrorista, todo mulher muçulmana é oprimida e a palestina como grupo terrorista estão sempre ameaçando os Israelenses com armas poderosas”.

Na reportagem tentaram mostrar o local onde um míssel do Hamas atingiu em Israel, mas não mostraram os estragos que fizeram em toda a faixa de Gaza.


Mostraram as pessoas em Israel assustadas com as ameaças de ataques, mas não mostraram as bombas caindo incessantemente sobre as cabeças dos palestinos, atingindo crianças, idosos, mulheres, ou quem quer que seja.





O saldo que temos neste momento é que 555 palestinos estão mortos contra 5 israelenses e mais de 2.700 estão feridos. Fonte: www.bbcbrasil.com.


Gostei demais de um comentário que foi deixado no site do Estadão sobre a guerra e os conflitos em Palestinos e Israelenses.


“Israel, muitas vezes, procura justificar a “posse” daquelas terras pela Bíblia. Citam os escritos hebraicos, ou o Velho Testamento, pelo qual se vê que Deus deu aquela região para seus antepassados, Isso é fato. Ninguém pode negar. MAS... o que não vêem (ou não querem ver) é que nos “escritos gregos”, ou no Novo Testamento, mostra que, assim como Deus lhes deu, Ele TOMOU também (Mateus 21:41-43 - Atos 15:14 - Gálatas 3:28,29). Portanto, NÃO adianta citar uma parte e “esconder” a outra. O apóstolo Paulo, que entendia e seguia corretamente a Lei de Moisés, como fariseu (Filipenses 3:4-8), antes de se converter, diz que: ‘TODA a Escritura é proveitosa para ensinar e corrigir’... (2 Timóteo 3:16). ‘Toda a Escritura’ inclui tanto os escritos hebraicos como os escritos gregos. Não adianta usar um e esconder o outro. Tal atitude só mostra a mentalidade estreita de quem age assim, procurando esconder os fatos, pois só querem usar ou mostrar o que lhes é favorável”. 
Braz Fernandes.


Infelizmente a guerra não tem previsão para terminar. Os palestinos seguem privados de água, energia, comida, medicamentos. Tudo isso porque Israel controla as fronteiras e não permiti o acesso de ajuda humanitária.


Vários países estão realizando protestos. Inclusive aqueles que não são de maioria muçulmana. Esta é a única coisa boa a dizer. Espero realmente que a 'MÁSCARA' de Israel caia. Já que não podemos evitar os atentados à vida, espero que isso sirva de alguma forma para que eles afundam em seus erros!



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