Você entende os conflitos que ocorrem entre Palestinos e Israelenses?
Em linhas gerais podemos dizer que os conflitos baseiam-se em interesses políticos e religiosos. Contudo vejamos a evolução histórica dos fatos:
O Estado de Israel foi criado, em 1948. Ou seja, existe há cerca de 60 anos. Foi fundado por imposição e é considerado por seus idealistas um estado religiosamente judeu.
Por enquanto não estaremos aqui falando de direito religioso, mas de direitos humanos.
Os judeus afirmam terem sido expulsos da região, embora registros apontam para a dispersão antes mesmo deste período. A essa dispersão dá-se o nome de “DIÁSPORA”.
DIÁSPORA: Geralmente se atribui o ínicio da primeira diáspora judaica ao ano de 586 a.C., quando Nabucodonosor II — imperador babilônico — invadiu Jerusalém e destruindo o reino de Judá deporta os judeus para a Babilônia. Mas esta dispersão se inicia antes, em 722 a.C., quando o reino de Israel ao norte é destruído pelos assírios e as dez tribos de Israel são dispersas pelo mundo. A segunda diáspora aconteceu muitos anos depois, no ano 70 d.C. Os romanos destruiram Jerusalém, e isso acarretou uma nova diáspora, fazendo os judeus irem para outros países da Ásias Menor ou sul da Europa. Migraram para os Países Baixos, Bálcãs, Turquia, Palestina e, estimulados pela colonização européia, chegam ao continente americano. (Fonte: Wikipédia.).
NOTA: A segunda diáspora iniciou-se em 70 d.c. O islam só surgiria cerca de seiscentos anos mais tarde. Portanto, não há de se admitir que os muçulmanos tenham iniciado a guerra. Dessa forma estamos falando de guerra política e não religiosa.
Os judeus mais fundamentalistas dizem que morar naquela região faz parte de uma profecia divina e que o povo judeu habitaria em Israel. “Não teria dito Deus que o mundo foi feito para que o ser humano nele habita-se?!” Embora Deus realmente tivesse essa intenção, não nos exige depreender demasiada inteligência para constatar que violência, destruição e assassinatos não estariam nos planos de Deus. Contudo, não é isso que se observa nos dias de hoje. Os israelitas arrancaram os palestinos de suas casas, dizimaram famílias inteiras e reduziram não só seus direitos mas a sua dignidade como ser humano.
Como isso ocorreu?
A idéia da partilha iniciou-se com a Declaração de Balfour, uma carta escrita em 2 de novembro de 1917 pelo então ministro britânico dos Assuntos Estrangeiros, Arthur James Balfour, comentando ao Lord Rothschild sobre sua vontade de conceder ao povo judeu uma facilitação de povoação da Palestina caso a Inglaterra conseguisse derrotar o Império Otomano, que, até então, dominava aquela região.
A carta foi destinada ao Lord Rothschild, presidente na British Zionist Federation foi escrita usando-se os seguintes termos:
"Caro Lord Rothschild, Tenho o grande prazer de endereçar a V. Sa., em nome do governo de Sua Majestade, a seguinte declaração de simpatia quanto às aspirações sionistas, declaração submetida ao gabinente e por ele aprovada: `O governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estabelecimento, na Palestina, de um Lar Nacional para o Povo Judeu, e empregará todos os seus esforços no sentido de facilitar a realização desse objetivo, entendendo-se claramente que nada será feito que possa atentar contra os direitos civis e religiosos das coletividades não-judaicas existentes na Palestina, nem contra os direitos e o estatuto político de que gozam os judeus em qualquer outro país. Desde já, declaro-me extremamente grato a V. Sa. pela gentileza de encaminhar esta declaração ao conhecimento da Federação Sionista”. "Arthur James Balfour."
Resolução 181 da ONU: Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a ONU cria, em 1947, a Resolução 181. Esta resolução partilhava a Palestina, dando 53% do território para os 700 mil judeus que tinham ido para lá e deixando 47% da terra para os 5 milhões de palestinos que viviam no local desde 638 D.C. O motivo da divisão gera controvérsias. Para uns, a ONU tentava ressarcir os judeus pelo Holocausto. Para outros, o ressarcimento aos judeus seria uma desculpa para que os EUA tivessem uma base perto da URSS (a Guerra Fria já tinha se iniciado) e das grandes bacias de Petróleo. Os Judeus habitaram o local até 73 D.C., quando o Império Romano promoveu a Diáspora, expulsando os judeus de Israel. (Fonte: Wikipédia).
De 1948 para cá, os israelenses sempre faltaram com a verdade, dizendo que chegaram na região desarmados e perseguidos e lutaram contra cinco exércitos árabes e venceram.
Nota: Ora, chegaram desarmados, lutaram contra cinco exércitos árabes e ainda venceram??
Dentro da partilha determinada pela ONU, Jerusalém Oriental deve ficar com os árabes palestinos. Mas os massacres e o desrespeito aos palestinos continuam até os dias de hoje. Israel condenou o povo palestino a viver em verdadeiros guetos e campos de refugiados. Nenhum palestino pode andar de um bairro para outro sem ser revistado. Mulheres que precisam dar à luz são impedidas de chegarem aos hospitais e muitas vezes o parto acontece na própria rua. As habitações dos palestinos não podem ser aumentadas e nem construídas outras. O palestino que sai de seu território é impedido de voltar e as famílias palestinas têm sido dizimadas. O homem palestino vem perdendo a sua identidade e, por isso, a única alternativa que lhe resta é virar homem-bomba. Na verdade, nenhum palestino nasce terrorista. As condições de massacre e humilhações impostas durante anos fizeram-no agir com violência.
Fonte: Marcelo Antônio dos Santos Ferreira, presidente da FEARAB - Brasil, Federação de Entidades Árabe-Brasileiras.
Portanto, como visto, os judeus ao porem em prática a Resolução 181 da ONU, se valeram da proteção de grandes potências como os Estados Unidos e invadiram a Palestina. Tomaram não apenas 53% do território e sim quase sua totalidade. É de se compreender a revolta do povo palestino. Essa medida criada pela ONU não passava de injusta e desonesta, uma vez que 53% do território ficaria para 500 mil judeus, enquanto que 47% serviria para comprimir 5 milhões de palestinos. Como é que uma nação admitiria tal renúncia?
Sem casa, com o seu país completamente desestabilizado economicamente e policamente, empobrecido e com sua dignidade ao chão, assim vêm vivendo os palestinos em campos de refugiados. Tal efeito talvez justifique o fato de que estes se sujeitem a agir como homens bomba. Não possuem força armada, não têm o direito de reivindicar, não são ouvidos e são reduzidos a nada. Esta foi portanto, a única forma que encontraram de expressar ao menos seu protesto.
Nota: Obviamente que não somos a favor dessas atitudes. Aqui estamos apenas levantando uma análise das medidas que justificam tais atos.
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Daniele El Seoudi.