sexta-feira, 1 de abril de 2011

Israel pretende eliminar língua árabe

Via: Al Arabiya 

Sendo o principal componente da identidade palestina e da prova da sua ligação à terra, a língua árabe sempre foi uma fonte de preocupação para Israel, que tem por um longo tempo estado engajado em tentativas de eliminar o patrimônio não hebraico do país.

O governo e a sociedade israelense em geral têm apelado para a marginalização da língua árabe, usada por cerca de 1,5 milhão de palestinos que vivem em Jerusalém e em outras cidades. Na educação, diversos estudos israelenses revelaram que os alunos das escolas hebraicas menosprezam as aulas da língua árabe.

Como parte dos esforços em curso para cancelar o estatuto oficial da língua árabe em Israel, o parlamentar Aryeh Eldad apresentou um projeto de lei que pede a remoção da língua árabe como segunda língua, depois de hebraico.

Eliminação da identidade árabe

"Nos últimos dois anos, o Knesset (parlamento israelense) vem discutindo várias propostas que reforçam a identidade hebraica e eliminar a língua árabe é uma prioridade a este respeito."
Professor Árabe-israelense Mohamed Emara

A proposta está em conformidade com as políticas de Israel em que tudo gira em torno da obliteração progressiva da identidade palestina, disse o professor Mohammed Emara.

Emara explicou ainda que a situação representa uma grave ameaça para a identidade judaica a partir do ponto de vista do governo de Netanyahu extrema-direita.

"Houve pressão popular para remover os sinais de trânsito em árabe ou apenas escrever uma transliteração de nomes árabes em hebraicos. Além disso, vários empregados e trabalhadores foram pressionados a parar de falar em árabe durante as horas de trabalho."

Conseqüências graves

Emara advertiu que se o projeto for aprovado e a língua árabe se tornar apenas mais uma língua de comunicação, não é apenas a identidade palestina que estará ameaçada, mas também a vida cotidiana dos palestinos que vivem em Israel, muitos dos quais não falam hebraico.

"Os palestinos que não conhecem hebraico não vão chegar aos seus destinos, pois não serão capazes de ler os sinais em hebraico e não serão capazes de ler os documentos oficiais.”

"Se o projeto não for aprovado, isso não será porque o governo de Israel se preocupa com sua população árabe, mas só para evitar críticas severas por parte da Comunidade Internacional para as práticas racistas".

"Existe uma regra simples: você nutre uma língua ao usá-la. Temos que usar nossa língua árabe em todos os aspectos de nossas vidas"
Professor Árabe-israelense Mohamed Emara

A respeito das maneiras de resistir contra a marginalização da língua árabe, Emara sugeriu que as autoridades locais em cidades predominantemente árabes insistam em usar a língua na comunicação com os residentes, que lutem por manter os sinais de trânsito em árabe e instigar os proprietários de lojas e restaurantes de usar sinais árabe.

"É importante também lançar uma série de programas de conscientização e cultural."

Emara elogiou os esforços das organizações árabes em Israel que fazem questão de usar a língua árabe em correspondências e programas.

"Existe uma regra simples: você nutre uma língua ao usá-la. Temos que usar nossa língua árabe em todos os aspectos de nossas vidas. Isso significa dizer que podemos resistir às tentativas de apagar a nossa identidade e nossa existência.”

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Daniele El Seoudi.

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